Duração: 21’00”
Cantar de Emigração | As Balas | Lira | Roseira Brava | E Alegre se Fez Triste | O Senhor Morgado

Adriano Correia de Oliveira nasceu em Avintes em 9 de Abril de 1942 e faleceu em Avintes em 16 de Outubro de 1982.
Intérprete do Fado de Coimbra e elemento da geração de cantores da resistência ao Estado Novo, conhecida como música de intervenção chegando também a atuar com Zeca Afonso nos tempos do Teatro Experimental do Porto.
Foi repúblico na Real Repúbica Ras-Teparta, solista no Orfeon Académico de Coimbra, fez parte do Grupo Universitário de Danças e Cantares e do Círculo de Iniciação Teatral da Academia de Coimbra e tocou guitarra no Conjunto Ligeiro da Tuna Académica de Coimbra.
Pouco depois editava o primeiro EP, acompanhado por António Portugal e Rui Pato lançando, em 1963, o seu primeiro disco de vinil, Fados de Coimbra, que continha Trova do vento que passa, balada fundamental da sua carreira, com poema de Manuel Alegre, transformado numa espécie de hino do movimento estudantil de contestação ao regime.
Militante do Partido Comunista Português, envolveu-se nas greves académicas de 1962 e concorreu à Direcção da Associação Académica de Coimbra, numa lista apoiada pelo Movimento de Unidade Democrática (MUD).
Em 1967 gravou o vinil Adriano Correia de Oliveira, que entre outras canções tinha Canção com Lágrimas.
Em 1969 editou O Canto e as Armas com poesia de Manuel Alegre. Nesse ano ganhou o Prémio Pozal Domingues.
No ano seguinte sai o disco de vinil Cantaremos e em 1971 Gente d’Aqui e de Agora, que marca o primeiro arranjo, como maestro, de José Calvário, que tinha vinte anos. José Niza foi o principal compositor neste disco que precedeu um silêncio de quatro anos, recusando-se Adriano a enviar os textos à Censura.
Em 1975 lançou Que Nunca Mais, com direcção musical de Fausto e textos de Manuel da Fonseca. Este vinil levou a revista inglesa Music Week a elegê-lo como Artista do Ano.
Fundou a Cooperativa Cantabril e publicou o seu último álbum, Cantigas Portuguesas, em 1980. No ano seguinte, numa altura em que a sua saúde já se encontrava degradada, rompeu com a direcção da Cantabril e ingressou na Cooperativa Era Nova.
Em 2022 a Associação Cultural e Musical de Avintes, para celebrar os 80 anos do seu nascimento, encomendou este medley, que foi estreado em outubro desse ano.